domingo, 13 de março de 2016

Pomene: os primeiros turistas

Um dia de um mês que não recordo, no ano de 1968, fui destacado para uma missão militar que tinha como objetivo seguir eventuais sinais de elementos da Frelimo a caminho  do  sul, para os lados de Inhambane, onde estávamos aquartelados.
Aqui, a paz era absoluta, sem perigos visíveis, daí que as ações de vigia fossem realizadas com prazer.
Morrumbene é "logo ali"!
A minha principal missão era conferir os mapas da  região e anotar  os sinais que indicassem circulação de viaturas.
Marcas recentes de pneus num percurso que não constava da "carta militar" alteraram os planos da operação; atravessámos uma extensa plantação de  coqueiros e  seguimos os sinais  até às dunas. O  cheiro a maresia adivinhava o mar.
A viatura que “perseguíamos” aventurou-se nas areias inseguras, para surpresa da patrulha composta por meia dúzia de militares.…
- Num instante - o mar, a perder de vista no horizonte!
A imagem que os meus olhos viram, de tão bela, continua presente como se tivesse acontecido ontem: ali, a poucos metros do local onde estacionámos  o Jeep e o Unimog,, as ondas chegavam suaves, penetravam nas rochas, a água subia por dezenas de orifícios de diversos tamanhos e despenhava-se em espuma num espetáculo “nunca visto”!
...
Mais a sul, numa zona sem rebentação, um casal, despidos de qualquer peça de roupa, deixava-se acariciar pelas águas quentes do Índico. Perto, descansava um Jeep com matricula sul-africana. Tinham chegado os "primeiros" turistas a Pomene…

Há quem diga que, Pomene, (…) é o mais belo lugar de todos de Moçambique (…) !

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