quarta-feira, 16 de março de 2016

Barco de papel

Volto à nostalgia para situar um ponto no Índico: Moçambique!
Foi naquele país encantado por deuses de múltiplas  facetas estéticas que me descobri como homem, cresci e quase completava determinado ciclo da minha existência quando valores mais altos se levantaram e retornei  à casa onde nasci neste ponto da Europa, longe do Atlântico enamorado pelas águas do Índico.Fosse eu Pedro, na lenda da Quinta das Lágrimas, e teria chamado à Baía do Espírito Santo, Inês. 
Na falta de ondas e marés, sem correntes de feição para embarcar as saudades num barquinho de papel, recorro à ciência deste tempo e sintonizo  sons que chegam do outro lado do mundo - basta um "click" e chego a casa!
Ao serão  tive companhia de elevado grau e qualidade - do locutor de serviço ao homem da técnica, de Villaret a Manuel Alegre, de Pedro Abrunhosa à "ELisa Gomara Saia",interpretado por voz genuína, sem trejeitos.
...E o telefone mesmo aqui à mão!
Num impulso, marco um número. Mais dois, três segundos...
- Bom dia, fala da Rádio Moçambique.
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Eram quatro da madrugada na "minha terra".






Adaptado de uma croniqueta publicada em dezembro de 2005 com o título
... E o telefone mesmo à mão!

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