Parte da croniqueta publicada aqui no dia 15 de novembro de 2015, com o mesmo título. Mude-se a data e o local - Bruxelas. As palavras ficam, as emoções também...
Sou dos que deixa cair uma lágrima quando a emoção é mais forte do que a razão.
Desde que me conheço, sempre reneguei a violência física. Quando a verborreia das palavras justifica resposta a condizer na mesma forma e estilo, recuo nos gestos, faço silêncios incómodos para mim e para o meu opositor. Depois, no sossego dos meus pensamentos, revolto-me por ser como sou, "fraco", "cobarde", talvez...
Porém, há momentos em que (parece...) nada sei de mim, o que me assusta, confesso. Agora - hoje, ontem - era bem capaz de levar à letra a "lei do talião": olho por olho, dente por dente.
A partir do momento em que tomei conhecimento da carnificina ocorrida em Paris, parou (quase) tudo no meu pequeno mundo: continuo preso às notícias da TV, a toda a hora, acordo uma, duas vezes por noite e recorro ao tablet para estar a par dos desenvolvimentos dos factos, telefono a alguns amigos para trocar ideias... esqueço-me das minhas obrigações sociais, em suma.
Devo estar doente, terrivelmente doente, ou virei do juízo (?) por insistir na punição que é devida a quem praticou tamanha barbárie (...).
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