domingo, 6 de março de 2016

Herói aos olhos do coração

Tenho uma estória de quando era rapaz para contar, coisa séria, mas a Satori impede-me de utilizar o braço direito por entender que é almofada ideal para o aconchego de um ronronar meio adormecido, que é como quem diz das pálpebras feitas cortinas sobre os olhitos;  às  vezes entreabrem-se, se fixo o olhar contemplativo  na minha parceira  do sofá
Delicadamente, afasto o braço mas ela ajeita-se, como agora fez, aumenta a cadência do ronrom e “pede” com o olhar doce para continuar como está – deixo-a ficar.
Tenho o braço cativo de um miminho e aproveito a liberdade do outro braço para conduzir o dedo indicador na pressão sobre as teclas, embora sem grandes virtudes, a mão direita é muita mais expedita, confesso…
Já não sei do paradeiro da estória que tinha intenção de desenvolver - não importa, como também não é importante trazer ao “monólogo” aquela vez - era eu rapaz! - em que fiz de mim um herói aos olhos do coração da minha amada. Num gesto doido “enfrentei” a mãe dela, não para pedir licença para namorar a filha, nada disso, mas para me assumir… apaixonado:
- Sou o namorado da sua filha, disse-lhe eu, mal abriu a porta de casa!
Dito assim, de chofre, a “coisa” não correu lá muito bem, mas depois de muita conversa a senhora brindou-me com nota alta e prometeu tudo fazer para o namorico receber a bênção paterna…
A gata Satori insiste no aconchego, dormita, tenho o braço direito dormente, a mão esquerda começa a dar sinais de cansaço, e o dedo indicador já não é o que era quando pisa as teclas do ASUS. Além disso, apagou-se a lareira…

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