Tenho uma estória de quando
era rapaz para contar, coisa séria, mas a Satori impede-me de utilizar o braço
direito por entender que é almofada ideal para o aconchego de um ronronar meio
adormecido, que é como quem diz das pálpebras feitas cortinas sobre os
olhitos; às vezes entreabrem-se, se fixo o olhar
contemplativo na minha parceira do sofá
Delicadamente, afasto o braço
mas ela ajeita-se, como agora fez, aumenta a cadência do ronrom e “pede” com o
olhar doce para continuar como está – deixo-a ficar.
Tenho o braço cativo de um
miminho e aproveito a liberdade do outro braço para conduzir o dedo indicador
na pressão sobre as teclas, embora sem grandes virtudes, a mão direita é muita mais
expedita, confesso…
Já não sei do paradeiro da estória
que tinha intenção de desenvolver - não importa, como também não é importante
trazer ao “monólogo” aquela vez - era eu rapaz! - em que fiz de mim um herói
aos olhos do coração da minha amada. Num gesto doido “enfrentei” a mãe dela,
não para pedir licença para namorar a filha, nada disso, mas para me assumir… apaixonado:
Dito assim, de chofre, a “coisa”
não correu lá muito bem, mas depois de muita conversa a senhora brindou-me com
nota alta e prometeu tudo fazer para o namorico receber a bênção paterna…
A gata Satori insiste no
aconchego, dormita, tenho o braço direito dormente, a mão esquerda começa a
dar sinais de cansaço, e o dedo indicador já não é o que era quando pisa
as teclas do ASUS. Além disso, apagou-se a lareira…
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