sábado, 2 de janeiro de 2016

Um rio que foi oceano

O meu sítio, Barril de Alva, tem recantos que, fosse eu poeta, havia de imortalizar em palavras nunca somadas em verso, com ou sem rima - bastaria que, em mim, houvesse engenho e arte para transformar o belo do pensamento...
O Urtigal exerce tal fascínio que me transporta aos silêncios de quando me sinto solitário, voluntariamente abandonado. Aqui, no Urtigal, nem solidão, nem abandono: basta o rio que me remete para curtas memórias do tempo de menino, feitas de fantasmas e medos. 
O rio, o "meu rio", já foi oceano. É por isso que o invento  à imagem da minha infância. Possivelmente, contínuo criança...

2 comentários:

  1. «O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia,
    Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia
    Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia,(...)»

    Alberto Caeiro

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