terça-feira, 8 de dezembro de 2015

O homem do realejo





Enquanto esperava  o cortejo
o homem do realejo
trocava olhares misturados com sorrisos
com a boneca das pernas compridas, grandes, enormes.
Veio a turba a reboque das sardinhas assadas,
dos couratos e pasteis,
do bucho e da chanfana.
A boneca ganhou vida - cresceu em altura,
o realejo tocou,
o homem sorriu;
o povo sorriu,
o presidente sorriu – todos os presidentes sorriram,
os confrades sorriram,
o emplastro sorriu,
os homens da segurança, não.
A boneca desceu das pernas altas, o homem pousou a mão no realejo - tinha passado o cortejo!













 Publicado em junho/2011 - visita do Presidente da República a Arganil

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