Não é nada disto que se espera
da primavera:
- à noite, uma espécie de
cacimbo africano;
- de manhã, neblina – densa, que
só visto;
- o dia cinzentão, frio.
Não fora o mês, maio, e diria que estávamos no outono, outubro, talvez.
Pensando bem, a “coisa” não é,
como dizer… assim tão ruim: hoje, tenho
o melhor de dois mundos, os meus: gosto da primavera pelo colorido da natureza, e do outono pela
ausência do calor em excesso. O tempo de agora bem pode ficar conhecido como “primatono”,
ou “ouprima”, para quem é de inventar palavras de sorrir antes e depois do
batismo.
A língua portuguesa não está cheia, como um ovo, de dúvidas etimológicas ? Portanto…
No último domingo, dia 6, aqui
para as minhas bandas, o calor foi de verão. Por voltas das quatro da
tarde, a “primavera” estava de regresso a casa quando… “ai, que vem chuva!” - por
sorte, logo ali, adormecido, o guarda
chuva fez “pst, pst…”, anunciou-se, e eu, numa pressa, gentil, usei-o. Com a mão direita, depois de
aberto, ergui-o acima das nossas
cabeças, e a mão esquerda acompanhou o braço com que a aconcheguei (a “primavera”)
– não fosse ela constipar-se com a forte bátega que, entretanto, caiu das nuvens.
Ainda lhe disse : “… parece que estamos em África”!
Não, não é nada disto que se
espera da primavera…
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