Era fevereiro, noite de carnaval. O "Laguna" trazia quatro passageiros, eu guiava isento de proibições. Era madrugada... De Tortosendo, perto da Covilhã, até ao meu sítio, meia centena de quilómetros de curvas, muitas, e uma serra, da Estrela, feita de montes, sobre e desce, desce e sobe...Uns salpicos, sorrisos ...- Olha, começou a nevar! Os salpicos cresceram; arrastados pelo vento, transformaram-se em nuvem, enorme, inteira. Médios, depois máximos - visão de dois, três metros, não mais...O "Laguna" e quatro passageiros...Sobe e desce, desce e sobe o manto branco, branco, como a neve - era NEVE, nunca vista assim, medonha, maré cheia de mar tenebroso! Não há estrada à vista, sigo a sinalização: mais curvas. E contracurvas...Medos, silêncios. Terceira, segunda em passo lento - tão lento que perdi o conto às horas... Quase manhã, a dois passos de casa voltaram as falas e os meios sorrisos.
-
... Neve? Quero vê-la à distância da câmara do iPhone, que é milagreiro no recorte da imagem - não se nota?
Sem comentários:
Enviar um comentário