Retornei ao Piódão com tempo de sobra para múltiplas paragens
antes do almoço, que havia de ser servido no hotel, estrategicamente erguido no
centro da paisagem repousante.
O dia tinha imenso sol, o que garantia excelentes cliques da
minha máquina fotográfica digital, que também uso para falar com pessoas. Para
quem "correu" atrás deste aparelho desde o seu nascimento, as funções
que tenho à disposição justificam o investimento, nada pequeno, confesso……
Antes de escolher o que me interessava guardar na memória do meu
“híbrido”, ganhei minutos deliciosos com o olhar a navegar pelo “mar” de
(muitos) montes e (poucos) vales - imaginação fértil sobre os segredos da
serra, dos que guarda Moura da Serra às lendas do Piódão.
A viagem, apesar de curta, foi a mais extensa de todas desde os
tempos em que a estrada tinha mais buracos do que piso direito. Hoje existe uma
“autoestrada”, que as viaturas agradecem…
Sendo deslumbrante, a paisagem (estou em tratá-la de forma plural
para ficar de bem comigo…) assemelha-se a um decrépito jardim de pedra.
A obra do “Supremo Arquiteto do Universo”, quando me aproximo de
um despenhadeiro, permite avaliar a imensidão dos meus medos: se as vertigens
aconselham cuidados e prosseguir a viagem em velocidade reduzida, como se
comportarão os passageiros (e o condutor!) de um autocarro? Já no destino,
conheci a estória de um profissional dos transportes públicos que,
garantiram-me, permanecia em completa paranoia silenciosa sempre que percorria
aquela estrada.
O chauffeur,
à chegada e à partida, na igreja do Piódão, recomendava a alma a Nossa Senhora...
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Croniqueta adaptada de outra com o mesmo título, publicada em setembro de 2013
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