quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

O "chauffeur" que recomendava a alma a Nossa Senhora

Retornei ao Piódão com tempo de sobra para múltiplas paragens antes do almoço, que havia de ser servido no hotel, estrategicamente erguido no centro da paisagem repousante.
O dia tinha imenso sol, o que garantia  excelentes cliques da minha máquina fotográfica digital, que também uso para falar com pessoas. Para quem "correu" atrás deste aparelho desde o seu nascimento, as funções que tenho à disposição justificam o investimento, nada pequeno, confesso……
Antes de escolher o que me interessava guardar na memória do meu “híbrido”, ganhei minutos deliciosos com o olhar  a navegar pelo “mar” de (muitos) montes e (poucos) vales - imaginação fértil sobre os segredos da serra, dos que guarda Moura da Serra às lendas do Piódão.
A viagem, apesar de curta, foi a mais extensa de todas desde os tempos em que a estrada tinha mais buracos do que piso direito. Hoje existe uma “autoestrada”, que as viaturas agradecem…
Sendo deslumbrante, a paisagem (estou em tratá-la de forma plural para ficar de bem comigo…) assemelha-se a um decrépito jardim de pedra.
A obra do “Supremo Arquiteto do Universo”, quando me aproximo de um despenhadeiro, permite avaliar a imensidão dos meus medos: se as vertigens aconselham cuidados e prosseguir a viagem em velocidade reduzida, como se comportarão os passageiros (e o condutor!) de um autocarro? Já no destino, conheci a estória de um profissional dos transportes públicos que, garantiram-me, permanecia em completa paranoia silenciosa sempre que percorria aquela estrada.

chauffeur, à chegada e à partida, na igreja do Piódão, recomendava a alma a Nossa Senhora...
Croniqueta adaptada   de outra com o mesmo título, publicada em setembro de 2013

Sem comentários:

Enviar um comentário