quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

A "arte de furtar”


(...) Veio parar-me às mãos uma edição gráfica da Gulbenkian onde se podem ler alguns textos escritos no Século XVII. Um deles, sem nome do autor, intitula-se a “Arte de Furtar”. 
Ficam os títulos de alguns capítulos do texto panfletário (?), para merecimento da atenção do leitor:
“Como para furtar há arte, que é ciência verdadeira” 
“Como a arte de furtar é muito nobre” 
“Como os maiores ladrões são os que têm por ofício livrar-nos de outros ladrões”
“Como se furta a título de benefício”, etc...
“… Assim se prova que há arte de furtar; e que esta seja ciência verdadeira é muito mais fácil de provar, ainda que não tenha escola pública, nem doutores graduados que a ensinem em universidade, como têm as outras ciências...” – anotou o escrevinhador, ilustre desconhecido.
Como se fala de crises, bancos sem dinheiro, paraísos fiscais e outras negociatas, o livrinho… nem de propósito, parece ter saído agora do prelo.
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Excerto de uma croniqueta publicada em abril de 2009

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