Sou um dos que deixa cair uma lágrima quando a emoção é mais forte do que a razão.
Desde que me conheço, sempre reneguei a violência física. Quando a verborreia das palavras justifica resposta a condizer na mesma forma e estilo, recuo nos gestos, faço silêncios incómodos para mim e para o meu opositor. Depois, no sossego dos meus pensamentos, revolto-me por ser como sou, "fraco", "cobarde", talvez...
Porém, há momentos em que (parece...) nada sei de mim, o que me assusta, confesso. Agora - hoje, ontem - era bem capaz de levar à letra a "lei do talião": olho por olho, dente por dente.
A partir do segundo em que tomei conhecimento da carnificina ocorrida em Paris, parou (quase) tudo no meu pequeno mundo: continuo preso às notícias da TV, a toda a hora, acordo uma, duas vezes por noite e recorro ao tablet para estar a par dos desenvolvimentos dos factos, telefono a alguns amigos para trocar ideias... esqueço-me das minhas obrigações sociais, em suma.
Devo estar doente, terrivelmente doente, ou virei do juízo (?) por insistir na punição que é devida a quem praticou tamanha barbárie.
Amanhã "estarei melhor", embora preocupado com coisas mais comezinhas do meu universo solitário - essas sim, a justificarem toda a minha atenção, não vá deixar fugir as minhas duas gatas, ambas com cio. Anda pelo quintal um gatão esbranquiçado,"ranhoso" e mal tratado, triste figura que não se aconselha para namorico.
O meu coelho de estimação, o "Guilherme", levou sumiço. Continuo triste com a sua ausência. Por ele, ainda me cai uma lágrima se não "der sinal de vida"...
... No pombal, há mais dois borrachos, lindos, lindos, brancos. Ontem deixei-os livres - regressaram a casa depois de umas quantas piruetas e um sem número de voltinhas por cima do telhado.
Sentimo-nos todos um pouco assim...
ResponderEliminarTambém eu, amigo, me desliguei de (quase) tudo para ficar presa aos canais de informação...
ResponderEliminar