quinta-feira, 12 de abril de 2018

À lareira...


Não é do meu agrado este começo primaveril, com vento e chuva, algum frio e muita impaciência à lareira, onde fiz fogo quanto baste para aquecer o serão. Arde lenha de uma oliveira, que foi majestosa durante mais de um século. O incêndio de outubro reduziu-a a quase nada no tamanho do meu abraço, insuficiente para a envolver, quando viva -  quatro braços à sua volta faziam roda perfeita…
Com o tempo meio chocho, quem é de ausências feito nos cómodos de casa grande, entristece.
Entristecido, mergulho nas memórias acumuladas. Se as guardo, como coisas “vivas, e agora me cruzo com elas ao remexer arquivos, apontamentos, notas soltas, recortes de jornais e outras papeladas, é sinal de importância, tenham ou não viajado desde Moçambique até aos dias de hoje, ou mais recentes, depois do retorno à Pátria; importa, isso sim, o conforto de as ter presentes, entre mãos, depois de  longa viagem, por mais acidentada que tenha sido. Agora, “conversamos” em silêncio…

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