Não é do meu agrado este
começo primaveril, com vento e chuva, algum frio e muita impaciência à lareira,
onde fiz fogo quanto baste para aquecer o serão. Arde lenha de uma oliveira, que
foi majestosa durante mais de um século. O incêndio de outubro reduziu-a a quase
nada no tamanho do meu abraço, insuficiente para a envolver, quando viva - quatro braços à sua volta faziam roda perfeita…
Com o tempo meio
chocho, quem é de ausências feito nos cómodos de casa grande, entristece.
Entristecido, mergulho nas
memórias acumuladas. Se as guardo, como coisas “vivas, e agora me cruzo com
elas ao remexer arquivos, apontamentos, notas soltas, recortes de jornais e
outras papeladas, é sinal de importância, tenham ou não viajado desde
Moçambique até aos dias de hoje, ou mais recentes, depois do retorno à Pátria;
importa, isso sim, o conforto de as ter presentes, entre mãos, depois de longa viagem, por mais acidentada que tenha
sido. Agora, “conversamos” em silêncio…
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