Então, lá vai:
- À "saúde" do 25 de Abril!
Ecorropichei o que restava na garrafa do Jack Daniel's, coisa pouca,
diga-se de passagem, e voltei a prestar atenção às notícias.
Depois do almoço caseiro, o café
e uma “sossega”, como se diz por aqui (que bem podia ter sido uma “medronheira”
na vez do uísque americano - fica para depois do jantar, acompanhada de figos
secos, uma gulodice, eu sei…). Entretanto, o repórter “coscuvilhava” a vida das
pessoas, que sorriam à pergunta sobre o “seu” 25 de Abril:
– …Então, e o senhor, onde
estava ?
Há datas impossíveis de esquecer e esta, seja qual for a
circunstância em que foi vivida, para os cinquentões e outros mais crescidos na idade… foi “ontem”! Se a
pergunta fosse feita a moi même, tinha a
resposta na ponta da língua:
- Estava a conduzir o meu Ford Escort GT (que
máquina!) no bairro da Sommerschield, a caminho
do “estádio” do Benfica de
Lourenço Marques, na Costa do Sol, e dava
boleia ao meu amigo Carlos, guarda redes do clube.
A conversa entre os dois era
ligeira, o Rádio Clube passava música.
Seriam cinco da tarde….
- “Senhores ouvintes, na
madrugada de hoje houve uma revolução em Lisboa (ou um “golpe de Estado”?), há
tropas na rua e… “ – a informação foi longa.
Eu e o Carlos, atónitos,
ficámos sem assunto. Comentámos a situação, de todo inesperada, e tenho ideia
de ter dito que “….que devia ter sido antes, já não tinha corrido “seca e meca” durante quatro anos...", feito
militar, do sul ao norte de Moçambique.
… Felizmente nunca usei nenhum
tipo de arma, a não ser a caneta, a
máquina de escrever e a Gestetner, máquina duplicadora milagreira na edição dos
jornais do BC 20, em Vila Cabral, e do
BC 17, em Maxixe/Inhambane.
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