quarta-feira, 25 de abril de 2018

Seriam cinco da tarde…


Então, lá vai:
 - À "saúde" do 25 de Abril!
Ecorropichei   o que restava  na garrafa do Jack Daniel's,  coisa pouca,  diga-se de passagem,  e voltei  a prestar atenção às notícias.
Depois do almoço caseiro, o café e uma “sossega”, como se diz por aqui (que bem podia ter sido uma “medronheira” na vez do uísque americano - fica para depois do jantar, acompanhada de figos secos, uma  gulodice, eu sei…). Entretanto, o repórter “coscuvilhava” a vida das pessoas, que sorriam à pergunta sobre o “seu” 25 de Abril:
– …Então, e o senhor, onde estava ?
Há datas impossíveis de esquecer e  esta, seja qual  for  a circunstância em que foi vivida, para os cinquentões e outros mais  crescidos na idade… foi “ontem”! Se a pergunta fosse feita  a moi même,   tinha a resposta na ponta da língua:
 - Estava a conduzir o meu Ford Escort GT (que máquina!) no bairro da Sommerschield, a caminho  do  “estádio” do Benfica de Lourenço Marques, na Costa do Sol, e dava  boleia ao meu amigo Carlos, guarda redes  do clube.
A conversa entre os dois era ligeira, o Rádio Clube passava música.
Seriam  cinco da tarde….
- “Senhores ouvintes, na madrugada de hoje houve uma revolução em Lisboa (ou um “golpe de Estado”?), há tropas na rua e… “ – a informação foi longa.
Eu e o Carlos, atónitos, ficámos sem assunto. Comentámos a situação, de todo inesperada, e tenho ideia de ter dito que “….que devia ter sido antes, já não tinha corrido “seca e meca” durante quatro anos...", feito militar, do sul ao norte de Moçambique.
… Felizmente nunca usei nenhum tipo de arma, a  não ser a caneta, a máquina de escrever e a Gestetner, máquina duplicadora milagreira na edição dos jornais do BC 20, em Vila Cabral, e do  BC 17, em Maxixe/Inhambane.

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