sexta-feira, 16 de outubro de 2015

As saudades são como as cerejas (1)

...Uma das prerrogativas de quem guarda memórias é ter saudade de qualquer coisa, de alguém, de um tempo. Se ouço um fado de Coimbra – um que seja! -tenho saudade das serenatas que, durante um ano, em Coimbra, me libertavam do sono, noite após noite, porque tive a sorte de morar num apartamento paredes-meias com outro, onde havia uma "república" feminina – era por elas, as residentes do segundo andar, que os estudantes faziam trinar as cordas das guitarras e sobressair as vozes potentes, entoando melodias românticas: eles, “perdidamente apaixonados”; elas, “…bate, bate coração/ louco, louco de ilusão…”, quais Cinderelas, que o Paião havia de imortalizar anos mais tarde...
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"estórias de trazer por casa" / 11-07.09

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