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quarta-feira, 29 de janeiro de 2025

“A Bola” de Carlos Pinhão e Nuno Ferrari - e de outros mestres – faz anos!

 


A Bola foi o “meu jornal” de eleição durante os anos sessenta e o jornalista Carlos Pinhão  espécie de “guru” na arte de “escrever direito por linhas tortas” (refiro-me aos tempos da censura …).

-A Bola  foi e continua a ser o “meu jornal”!

Junto a excelência dos textos de Carlos Pinhão ao génio do fotógrafo Nuno Ferrari e, com facilidade, regresso aos anos sessenta, em Lourenço Marques, com memórias importantes da minha adolescência - sempre com a presença da ”Bola” e do “meu Benfica” que, na época dourada daquele tempo, “enfeitiçou” milhões de portugueses graças aos xicuembos do Costa Pereira, do Coluna, do Eusébio, moçambicanos de gema.

Carlos Pinhão “fez de mim” aprendiz da arte de que era mestre – durante trinta anos dei sentido ao prazer da escrita em diversas publicações…

A Bola com as suas reportagens, transformou  simpatia em “paixão” pelo Benfica - fui atleta júnior do Sport Lourenço Marques e Benfica…

É por isso que “Sou do Benfica /e isso me envaidece…”

 - E sou da “Bola” –“… um clube (jornal) lutador/que na luta com fervor/nunca encontrou rival/neste nosso Portugal…”.

Vida longa ao jornal A Bola.

domingo, 26 de janeiro de 2025

Casa Pia /Benfica - "o jogo da dança"

 “Sem pernas” para correr mais, “sem cabeça” para discernir o melhor passe, inventar a “jogada perfeita”, os atletas, às tantas, ficaram atordoados pelo cansaço do corpo e da alma

Foto: Sport Lisboa e Benfica

Não vi o jogo entre o Casa Pia e o Benfica, mas ouvi o relato: o repórter e os analistas roçavam o anúncio da “desgraça”, como acabou por acontecer...
Os benfiquistas “mais suaves”, como eu, entristeceram com a derrota – a páginas tantas, durante o jogo, se calhar também fizeram como eu e mudaram de canal…
No fim do encontro espreitei “A Bola” - se estava “febril”, “adoeci de vez “.
Esta manhã li (quase) tudo sobre a “desgraça” e não dei conta (?) de alguém entendido na matéria recordar o “jogão” com o Barcelona – tanta luta pela vitória teve custos elevados… e os juros foram “pagos à cabeça”!
“Sem pernas” para correr mais, “sem cabeça” para discernir o melhor passe, inventar a “jogada perfeita”, os atletas, às tantas, ficaram atordoados pelo cansaço do corpo e da alma. De quem é a culpa? Do Barcelona, pois claro…
Como li algures,“… uma vez começadas, as batalhas raramente seguem o guião que os estrategos traçaram para elas”. Foi o que aconteceu com o Bruno Lage.
Nem sempre as “batalhas de Aljubarrota” são vencidas pelos Tugas deste tempo.

sábado, 25 de janeiro de 2025

Eu, o “Bello”e os meninos da escola



Quando os meninos (quase) crescidos brincam, dizem e fazem coisas, muitas coisas.
… E falam alto - por vezes atiram “piropos” a quem passa para lá do gradeamento do recinto da escola…
…E riem muito, com o sonoro das falas a crescer nas gargantas.
As conversas misturadas com os risos são uma galhofa contagiosa.
Aparentemente, naquele dia, os meninos estavam “felizes”...
Um deles alertou o grupo:
- Olha um cão!
De imediato, outro menino (quase crescido), afinado na sonoridade da voz, acrescentou:
- ... velho como o dono!
O dono do cão concordou:
- Tens toda a razão, nunca disseste coisa mais acertada!
O menino (quase) crescido que alertou o grupo, questionou o dono do cão:
- Que idade tem o cão?
O dono descansou a trela do cão e, delicadamente, respondeu:
- Quase dezassete – mas eu tenho um bocadinho mais!…

Fez-se silêncio no grupo dos meninos da escola!

…Eu e o “Bello”, o cão, continuámos o nosso passeio aconchegados pelo silêncio que “soprava” do banco corrido onde os meninos (quase) crescidos sentavam os fundilhos das calças.



quarta-feira, 22 de janeiro de 2025

Com o patrocínio da Filarmónica Barrilense e Café Nobre

 


 - Visitar o ZOO

A imagem está relacionada com uma visita ao Jardim Zoológico de Lisboa de algumas das nossas crianças e familiares, com o patrocínio da Filarmónica Barrilense e Café Nobre.

Obviamente, tratou-se de uma viagem de “sonho” para quem foi conhecer “ao vivo” animais que não fazem parte da fauna europeia…

Antes do regresso, piquenicámos num frondoso bosque em ambiente familiar.

Para que o texto receba “alguma luz” de memórias mais frescas (a minha “deixou de ser o que era” e o Zé Manel Nobre, amigo e parceiro de "outras vidas", infelizmente já não está entre nós para, entre dois dedos de conversa, recordarmos os tempos do Colégio Alves Mendes, os jogos do Benfica, as questiúnculas políticas partidárias, e esta viagem solidária..),  recorro  aos meninos daquele tempo  que identifico com facilidade: Zé Pedro e Augusto.

- Em que mês e ano foi o passeio?   E os outros companheiros de viagem, lembram-se dos seus nomes?

*

Aproveito a boleia para outro desafio “histórico”: quem tem memória da equipa de atletismo da nossa Filarmónica? O treinador, que vinha de Coimbra, se bem me recordo, falava de “futuros campeões…”, como o Nuno  (…).

 

 

quarta-feira, 1 de janeiro de 2025

Coja ao "sol de Inverno"

 

O primeiro dia de 2025, no Parque Verde do Prado, foi ponto de encontro de excelência: os “crescidos”, vindos de fora, faziam conversas de roda, sorridentes; os mais “pequenos”, “donos do lugar”, transformaram o sítio num modelo de ginásio:

- corridinhas e “cavalinhos” com as bicicletas, toques na bola, "voos acrobáticos" nos baloiços, "queda livre" nos escorregas, e um deles, naturalmente vaidoso com a sua “viatura”, fez-se passear num  mini veículo motorizado, com escape e tudo!...

Como recebi um convite da Rita e do Tiago para um pequeno passeio ao “sol de inverno”, muito bem acompanhados pelo Davi com a sua bicicleta, e pelo Lucas, “dez reis de gente”, no “seu BMW” com suspensão e tudo! - disse a Rita -, não me fiz rogado e aproveitei o ocasião para receber  “saborosos miminhos”...

Tenho especial apreço pelo Parque do Prado - vénia aos “teimosos” responsáveis autárquicos pela perseverança em dotar Coja de um magnifico espaço multiusos (quase) único no concelho.

A Princesa do Alva merece  esta  “sala de visitas”!

quinta-feira, 5 de dezembro de 2024

A visita do "menino Jesus"

 


Era o começo da noite quando abri a porta que dá para o jardim da casa.

Ao contrário do que é costume, algumas pessoas desciam a rua, conversavam entre si em “estrangeiro”, e um menino, muito menino, aproximou-se da minha caixa do correio – de tão pequeno, mal chegou à portinhola.

Disse “olá” em português bem timbrado, respondi com outro “olá” e perguntei se queria deixar algum “convite para uma festa”. O menino, enquanto levantava a aba da portinhola, pronunciou duas ou três palavras.

Eu: - é um convite para o Natal?

O menino: - mais ou menos.

Eu: - “vais ser “o “pai natal”?

O menino: - não.

Eu: -…então “és” o menino Jesus”?

O menino: - sim!

O “menino Jesus” apressou o passo e foi ao encontro dos adultos e outras crianças; voltei a casa, fui ao chaveiro, apanhei a chave e abri a caixa do correio.

...O bilhetinho do “menino Jesus” era um cumprimento gentil que me fez sorrir por “dentro e por fora”, virtuoso quanto baste para me encantar...

Dificilmente, neste Natal, receberei outra prenda mais “bonita” … à exceção do Lucas que, mais dia, menos dia “sai do quentinho” para alegrar a família. Depois… será o melhor amigo do Davi, o irmão!

terça-feira, 3 de dezembro de 2024

Há “coisas & coisas” que guardo

 

Guardo memórias que me chegaram às mãos em momentos de pura casualidade; inconscientemente arrumo-as sem grandes cuidados depois das carícias dos "olhares da alma".

Há “coisas & coisas” que guardo:

- junto e guardo selos do correio e moedas sem a preocupação de as usar como negócio, e guardo fotografias de pessoas e lugares, primeiras edições de jornais e revistas...

- guardo memórias físicas (pequenas pedras que recordam viagens a sítios encantados, uma ou outra agenda, discos de vinil, galhardetes…) e outras que “relatam” estórias vividas no meu tempo de rapaz inseguro e acanhado. Entretanto, fiz-me homem inteiro, “cresci por dentro e por fora" -  aligeirei hábitos e costumes.

Não sou de juntar à toa - em algum tempo da minha existência, (quase) tudo o que juntei e guardei, tem um “sininho que tilinta” quando lhe toco, como uma pequena coleção de nove postais com aguarelas do Alberto de Souza (1880-1961) “…notável aguarelista, ilustrador e desenhador português” (1).

- O “sininho”, quando não se revê em algumas memórias, emudece, é o feitio dele, “sininho” - no "seu entender" são coisas sem merecimento de um “tliiiiiiiiiiimmmm”.

(1) https://www.arqnet.pt/portal/biografias/sousa_alberto.html

quarta-feira, 27 de novembro de 2024

- Idade? oito ou dez anos

Numa certa ocasião alguém perguntou a Galileu Galilei:




"- Quantos anos tens?
- Oito ou dez, respondeu Galileu, em evidente contradição com a sua barba branca.
E logo explicou:
-Tenho, na verdade, os anos que me restam de vida, porque os já vividos não os tenho mais".

quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Sinais do amanho dos campos

 


Em 1975 (?), ao serviço de um semanário, com sede em Lisboa, criado por um grupo de portugueses retornados à Pátria, do qual fiz parte, eu e um fotógrafo, de nome João, encetámos uma viagem ao interior do país em busca de gente como nós, retornados, com o intuito de conhecer o seu estado de alma, como sobreviviam, colocando as páginas do jornal  à sua disposição  - espécie de “ponto de encontro” de quem  foi apartado  de familiares e amigos.

Quase meio século depois, basta a lembrança deste tópico para entristecer a imaginação do regresso a um tempo que já “esqueci”…

Durante o percurso, como chefe de equipa, com a anuência do João, decidi visitar os meus: mãe e avós, entretanto regressados ao Barril de Alva e à antiga casa de família que, convenhamos, depois de mais vinte anos com alguma ocupação e pouca manutenção, necessitava de obras urgentes. O avô Pereira, mestre carpinteiro, usou as poupanças e, aos poucos, fez dela habitação condigna e confortável.

Hoje “reencontrei-me” com o momento da visita à família - a foto é um clique do João, excelente fotógrafo, mas sem capacidade de alterar o cansaço da idade do avô e os sinais do amanho dos campos da mãe Natália, mas registou a beleza do seu rosto: um jeitinho no penteado, uma roupinha mais catita, sapatinhos de salto médio, malinha na mão e um pouco de batom nos lábios e voltava a ser a Natália, funcionária do Hospital Miguel Bombarda de Lourenço Marques!

Cá por mim, é o que se vê: o rosto “vestia” à moda da época, sem qualquer aptidão revolucionária - apenas preservei o estilo dos últimos tempos de residente na capital do distrito de Gaza, João Belo.