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sábado, 5 de abril de 2025

“Os Metralhas” - a verdadeira história de um sonho

 


 No Bairro da Malhangalene, em Lourenço Marques, aquele tempo das ”loucas” paixões musicais dos anos sessenta fez de muitos adolescentes verdadeiros artífices  na “arte de sonhar”, seguindo determinados mestres, como Hank Marvin,  solista  dos Shadows, John Lennon e Paul McCartney, dos Beatles, Mick Jagger dos Rolling Stones… e muitos outros, como o “rei” Elvis Presley, e a “especial” adolescente irrequieta que dava pelo nome de Joan Baez,..

Lourenço Marques vibrava com os "CORSÁRIOS" e os "NIGHT STARS", grupos com elementos talentosos e populares na juventude laurentina – a minha preferência ia direitinha para as “estrelas da noite” Mário Ferreira, na guitarra,  Carlos “Canguru”, na bateria,  e para a voz  do fantástico Bob Woodstock – o "Chubby Checker moçambicano"!

É neste “mundo maravilhoso” que alguns sonhadores, mas “bons rapazes”, bem diferentes no porte e nas ideias dos populares Irmãos Metralhas dos desenhos aos quadradinhos, batizam com o mesmo nome dos “malandros” da banda desenhada o seu recém-criado conjunto musical. Nasciam os  “METRALHAS”!

O grupo dos "aspirantes" a músicos era composto por “Vítor Moreira (viola baixo),Vítor Saúde (viola solo), Palhota (viola ritmo), Galinha (bateria) e Baião (vocalista), mas nunca concretizado  - apenas as violas foram parcialmente fabricadas na carpintaria da Escola Industrial pelo Castanheira. Mais tarde, a sede dos METRALHAS foi inaugurada na garagem da casa do Vítor Saúde” – texto retirado da página do  facebook,  que os saudosistas  mantêm viva, embora desatualizada,  fruto das contingências da vida.

Inauguração da sede dos "METRALHAS"

Enquanto grupo de jovens músicos, nada mais a acresecntar: "morto à nascença", os amigos METRALHAS peremeneceram fieis ao sentimento dos afetos e, cada um por si, 
 passou a tocar outras músicas. 
METRALHAS  UMA VEZ, METRALHAS PARA SEMPRE

O que me aproximou deste “grupo de bons rapazes” foi uma morena de olhos azuis com nome “italianizado”, vizinha dos irmãos Zeca e Galinha, do Vítor Saúde, do João, da Cuca e da Anabela Cordeiro, que era uma “miúda muito gira”, mas pouco dada a conversas. A bem dizer, tocar um instrumento musical nunca foi o meu forte, daí a minha ausência da essência dos “METRALHAS”, mas não da parte social dos elementos do grupo que continuam “na viagem”, como o João de Sousa, Henrique Batista, Vítor Moreira…

A saudade dos que “partiram para parte incerta” faz parte das nossas conversas durante ocasionais mas gratificantes convívios familiares. Se tudo correr como previsto, em Maio próximo será o terceiro encontro dos “METRALHAS” na Beira Serra, zona da minha residência.

Revisitar o Piódão e a Fraga da Pena, conhecer a cidadela romana da Bobadela (Oliveira do Hospital), a milenar Igreja Moçárabe de Lourosa e o  Santuário de Nossa Senhora das Preces  (Aldeia das Dez), tomar o pequeno - almoço na Praça da “Princesa do Alva (Coja) e “descobrir” a história da minha aldeia através de uma visita à Casa/Museu do Barril  de Alva  (que já entrava no cadastro da população do Reino de 1527 e foi a terra natal dos Fundadores dos Grandes Armazéns do Chiado, em Lisboa), além do deslumbre das vistas  da Serra do Açor… haverá “melhor programa” para  oferecer aos meus irmãos do coração?

 


Os "METRALHAS" e respetivas familias na Beira Serra 
A imagem dos  "cokuanas" (homens) recorda  a visita /surpresa de alguns de nós ao Zeca
no seu aniversário,  em Santarém

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