quinta-feira, 28 de abril de 2016

O "matador" de flores

Certo sujeito ocupava os tempos livres de uma forma "bélica", isto é: dizia-se caçador, mas o que realmente fazia era "matar tudo o que mexia" à frente do ponto de  mira da sua espingarda - matador, portanto. Um caçador tem regras, que respeita, quando dá ao gatilho; um matador torna-se num assassino, li algures...
Um dia desta semana, chegado a casa, dei conta da gentileza do Abílio e do seu compadre, decididos em por cobro ao manto de erva que cobria os terrenos do meu quintal, agora em pousio. Nada lhes pedi, mas como  o Abílio cuida das minhas oliveiras, recolhe  a azeitona e guarda o azeite,  o gesto era  simpático, de certo modo retributivo - agradeci.
Depois do trabalho feito, dei uma volta pelo quintal...
Dos pés de salsa e  das plantinhas de hortelã  que nasciam selvagens em determinados sítios, nem sinal, e  a erva cidreira tinha-se "evaporado". Os pés de morangueiro "morreram" em flor e  parte da roseira brava ficou tosquiada!
Do que me deu pena, mesmo muita pena, foi ter desaparecido uma roseira  cujas flores nasciam pintadas  de grená, lindas, lindas, e  batizada com nome  de pessoa estimada.
A planta era uma lembrança da mãe Natália. 
Uma vez,   espetou na orla  do feijoal o que  restava de uma rosa  da mesma cor, grená, e cresceu uma bela planta. Por ano,  brindava-me com uma ou duas flores, lindas, lindas...
A mãe Natália, fazia "milagres": tudo o que plantava, crescia, como a roseira  cujas flores nasciam pintadas de grená, lindas, lindas...
Há "matadores" assim - nem tudo o que parece é erva  daninha...

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