quarta-feira, 4 de outubro de 2017

"Pinga amores"

A paixão, é dos “livros”, embriaga e deixa-nos tontos, desconcertados nas palavras e nas atitudes - que sei eu sobre os segredos deste nobre sentimento que outros desconheçam? Mesmo nada - é um “mal” que chega sem aviso prévio, instala-se o ”vírus” e pronto…
Já o amor… “O amor é um fogo que arde sem se ver (…)”, na certeza de Camões. Fico-me por este “fogo”, matéria delicada por entender que há vários tipos de amor, e volto à paixão - às minhas paixões; sendo várias, embarco, navego e afundo-me nelas. “Fraqueza” minha, dirão - é verdade, assumo.
Quem me mandou a mim sapateiro tocar rabecão” quando, por exemplo, me “apaixonei” pelo intelecto da Helena, pela elegância das palavras da Helena, pelos incentivos estéticos da Helena, pelo perfume que a Helena usa, pela silhueta da Helena - sim, quem me mandou sonhar o sonho, como se fosse terra de semeadura… 
Citei a Helena, mas podia trazer à prosa a minha “paixão” pelo sorriso único e indiscritível da Ana (dos que dizem coisas, segredos …), pela silhueta da Ana, pelo cheiro da Ana, pela força de viver da Ana, pela disponibilidade do amor da Ana, que a distância quebrou e me deu pena...
Sendo várias, as paixões, em tempos diferentes, embarco, navego e afundo-me nelas. “Fraqueza” minha, dirão - é verdade, assumo. 
Quem me manda a mim apaixonar-me pela aldeia onde nasci, pela “minha” escola”, pela “minha” filarmónica, pelo “meu” rio que mata a sede de nós todos, banha o “meu” Urtigal”, faz mover a roda de alcatruzes no verão e é atração da família “AABA - Autocaravanistas Amigos do Barril de Alva”…
Sim, quem me manda a mim, “pinga amores”, inventar paixões que me embriagam e deixam tonto?


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