segunda-feira, 2 de outubro de 2017

“Faleceu” a croniqueta despretensiosa

Esta croniqueta, a que me proponho dar  sentido e forma, começou a ser construída no modo solidário e fraterno  quando eu era adolescente em terras  de Moçambique. Agora,  crescido na idade, com mais de setenta primaveras sobre os ombros, frágeis como sempre foram,  e liberto, como estou, dos juramentos de amor à coisa pública, é tempo de retornar ao berço  da leitura de algumas  das obras que fui somando  nas prateleiras,
Havendo liberdade mental para o entretenimento com os livros, em abono da verdade muito bem acompanhado (Miguel Torga, Gabriel Garcia Márquez, Milan Kundera, José Rodrigues dos Santos e outros), basta deixar ao pensamento a decisão suprema de ocupar os dias como muito bem lhe aprouver.
Aqui chegado, ao dia seguinte das eleições autárquicas, em consciência entendo ter cumprido o “destino”, na peugada (de alguns) dos que me antecederam: à aldeia onde nasci deixo alguma coisa de mim, sem memoriais de leituras que, de forma expressa, ou sob disfarce, fossem o reflexo da essência da vaidade.
Diria que esta croniqueta tinha a “morte anunciada” (do título Crónica de uma morte anunciada / Gabriel Garcia Márquez).
Hoje, de motu proprio, lúcida e consciente, ela, a croniqueta,   foi a enterrar  e eu com ela, num sublime e inteligível  ritual.
Quando “falecem” croniquetas despretensiosas com pessoas dentro há rituais assim, de despedida…



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