...nota-se nas palavras
Conheci a Sara - onze anos, com quietude no olhar e gestos suaves. O sorriso, meio envergonhado, nota-se nas palavras,
de meia dúzia de palavras
- tempo da curta conversa, com o beneplácito do avô na partilha de emoções.
São silenciosas as lágrimas da Sara quando o familar mostra "A árvora da vida" - poema que a Sara desenhou com a ternura das palavras,
de algumas palavras
- as suficientes e as que melhor identificam os seus sentimentos por um ente querido.
A Sara, "por dentro", é assim:
A Sara, "por dentro", é assim:
A árvore da vida
Nem quando a última pétala tiver caído,
Eu nunca te vou esquecer,
Estarei sempre ao teu lado.
Nem quando a última folha tiver secado
Sobre os teus olhos cansados
Vou te sempre amar
Beijando os teus pés calejados.
Nem quando o último ramo tiver partido
Sobre o teu corpo delicado
Eu vou estar sempre aqui
Olhando por ti, amargurado.
Mas o tronco nunca desabará
Pois ele é amor e perdão
É paciência, é carinho
Dentro do meu coração.
Afinal que árvore é esta
Nem a rosa nem a margarida
Sabem que esta árvore especial
É a árvore da vida.
*
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