Os gémeos de quatro patas que tenho em casa, a noite passada,
portaram-se mal - tão mal que me afastaram do sono.
O passeio higiénico a seguir ao jantar, desta vez deu para o torto
e os "meninos" possivelmente deixaram em casa o GPS - é a única
explicação que encontro para a noitada fora de portas.
Pensando melhor: talvez tenham encontrado alguma
princesa com bigodes; rom-rom para aqui, rom-rom para acolá e foram andando,
andando até ao desnorte...
Por mais que chamasse pelos sujeitinhos, nada - nem um miau, a
"dizer": estamos aqui, vamos já - é só o tempo de dar "cabo do
canastro" ao ratito, que ainda mexe. Sim, estes "miúdos" adoram caçar, saem
à mãe, a Satori, sobretudo o mais crescido no tamanho; crescido, sim, mas
medricas que só visto.
Um dia da semana passada, estava eu ocupado nas minhas leituras
quando ouvi forte miauuuuuuu aflitivo, ao jeito de pedido de
socorro - “depressa, acudam aqui”!!!
Fechei o ASUS à pressa, a "tia" gata Banzi
desceu as escadas do primeiro andar numa correria, abri a
porta que dá para o quintal e avançámos, destemidos, pelo capim, (eu de)
olhos postos nos cocurutos das oliveiras, mas foi na pernada mais grossa
da cerejeira que descobri o "medricas". Mais abaixo, um “gato
mau”, de pelo preto, "fuzilava com o olhar" o gémeo
"Saguim". Do irmão, o "Tarzan", nem sinal!
Deitei ao ar dois ou três palavrões, o gato mau
“percebeu” que eu também era "mau"(e dizia
palavrões!), deu um salto acrobático digno de atleta circense e pirou-se.
Na noite passada, como ia dizendo, se alguma coisa má
tivesse acontecido, não seria por falta de aviso, não : "olha
o gato mau que te dá uma coça"; "não vás para longe, ainda és
atropelado"; "nada de meiguices para quem não conheces, ainda te
raptam" - coisas assim, de "tio" crescido...
Quando regressei ao meu quarto, estavam os dois sentadinhos no
lado de fora, no parapeito da janela, tristinhos, tristinhos....
Agora estão aqui, dormitam no sofá, ao meu lado.
...E ainda não puseram o "pé" na rua! É muito bem feito - quem os manda andar na galderice?
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