segunda-feira, 25 de junho de 2018

“Discurso do Método”

Em pensamento, descrevo sentimentos - oculto as palavras que nada acrescentam à doce companhia do silêncio. O muito bem-querer é o bastante para entender o amor - quando existe e se faz anunciar no sorriso cúmplice  do segredo do secreto. 
- “Penso, logo existo” – Descartes.
… Penso, logo é evidente que é em ti que penso.
*
Faço do “Discurso do Método” (Descartes) livro de cabeceira

terça-feira, 19 de junho de 2018

“… e foram felizes para sempre”


Existem estórias (de amor) cujos relatos nem sempre têm um final feliz: “Tristão e Isolda”, de autor desconhecido do século XII (?), ou “Romeu e Julieta”, de William Shakespeare, são disso exemplos.
Felizmente, tal não aconteceu, em 1945, ao casal Albertina e Dionídio, então residentes em Meda de Mouros, perto do meu sítio ( ler aqui:
Sei de outra estória, feita de  sonhos e suspiros, vivida nas redondezas de determinado ideal  feminino,  que justifica letra de forma aligeirada.
Diz quem sabe do secreto e silencioso amor platónico, partilhado no anonimato dos intervenientes, que um cavalheiro teceu com sorrisos gentis e delicadas palavras de ocasião junto de certa dama - galanteios, sim, mas sem a pujança mental de quem alimentava sonhos, igualmente secretos:
- “Era capaz de voltar a aprender a amar”, ou …
- “Levava-me ao altar”, ou …
-“Com ela, envelhecia de mão dada”.
Seriam estes os contornos da sua imaginação fértil?
Durante décadas, o tempo acentuou o rosto da senhora com suaves traços de beleza impar. Serena, continua a despertar atenções, embora se diga que, em tempos idos, sim - a sua adolescente beleza, de tão rara, cativava galanteadores  Fred(s) Astaire(s) de “trazer por casa” entre passos e volteios nos salões de dança.

Passaram-se longos tempos - mais de mil dias! - de silêncios alternados com sorrisos gentis e palavras de ocasião - galanteios, sim, mas 
sem a pujança mental de quem se alimentava de sonhos...
*
 O cavalheiro e a dama, entretanto,  reclamam para si uma estória com  final semelhante  ao romance (verdadeiro) de Albertina e Dionídio - o oposto   de Romeu e Julieta e Tristão e Isolda.
- “… e foram felizes para sempre”!
- “Amém”.

segunda-feira, 18 de junho de 2018

Companhia das palavras







Ler e reler sempre que necessário:

"...o amor é tão lícito quanto a vida, faz parte dela; 
a vida é imaginação, 
a imaginação recria sonhos, 
os sonhos comandam a vida...
e assim se fecha o circulo de cada um e de todos os que colocam 
amor na paixão, 
a paixão no amor, 
o amor na amizade 
- há sempre um principio e um fim (para amar)..."

- Haverá?... 

sexta-feira, 15 de junho de 2018

A arte de furtar

(...) Veio parar-me às mãos uma edição gráfica da Gulbenkian, onde se podem ler alguns textos escritos no Século XVII. Um deles, sem nome de autor, intitula-se "A arte de furtar”. 
Deixo para leitura e  reflexão os títulos que encimam alguns capítulos...
Como para furtar há arte, que é ciência verdadeira”; “Como a arte de furtar é muito nobre”; “Como os maiores ladrões são os que têm por ofício livrar-nos de outros ladrões”; “Como se furta a título de benefício”, etc.
… Assim se prova que há arte de furtar; e que esta seja ciência verdadeira é muito mais fácil de provar, ainda que não tenha escola pública, nem doutores graduados que a ensinem em universidade, como têm as outras ciências...” – anotou o escrevinhador, ilustre desconhecido.
-
Resumo da croniqueta publicada em 2009.intitulada: A “crise” de agora e “A arte de Furtar” (Séc. XVII)

domingo, 10 de junho de 2018

Soletrar o amor

Há sempre nostalgia quando recordo tempos vividos em África de forma tão natural como o pôr de sol moçambicano com pinceladas de mar.
No  aconchego dos sentimentos, é impossível viver sem o amor por perto dentro de mim. 
- “Não sei ler nem escrever, só soletrar..." o amor
- "Qualquer ação tem uma reação de força e sentido contrário; se praticamos o mal, a ação retorna na intensidade equivalente ao mal causado." - cito, como se a filosófica frase resumisse a essência da própria vida.
As palavras, escritas e pronunciadas deste modo, podem alterar comportamentos cívicos quando adaptadas por inteiro nos relacionamentos interpessoais.
 ...A citação é uma espécie de avestruz que, dizem, perante o perigo, esconde a cabeça e deixa o resto do corpo à mercê do inimigo.
-
Adaptado da crónica "Coerente, mas pouco", publicada em 2006 no "Correio da Beira Serra"

domingo, 3 de junho de 2018

Como quem troca de camisa

 Dos tempos da escola primária sobraram uns quantos resquícios da “inimizade que fui mantendo” com os vizinhos espanhóis, por culpa das estórias que a História de Portugal ensinava, é bom de ver, e não por quaisquer outros motivos…
Com o mar a bordejar a costa, da Espanha, pela fronteira terrestre, poderia chegar o perigo em passada larga ou curta, daí que fizesse algum sentido o aforismo: “De Espanha nem bons ventos nem bons casamentos”!
E foi assim durante anos, sempre com a perversa imagem que vinha de longe, pela fé e maledicência (?) dos mais velhos.
À medida que o tempo foi passando, as ideias clarificaram-se - África atravessou-se no meu caminho, cresci como homem, e concluí com toda a naturalidade que fomos tão “marotos” como as gentes de todos os sítios e de todos os tempos, espanhóis incluídos. Conheci de perto uma mão cheia deles, viajei por caminos e carreteras, partilhei costumes cívicos idênticos aos nossos - habituei-me aos nossos vizinhos com o gosto de quem gosta das pessoas.
Portugal, embora país pequeno, com menos cidadãos por metro quadrado, é capaz de subir aos “píncaros da lua” e “levar a carta Garcia” com qualidade, dignidade e sucesso, o que muito nos honra – não vale a pena repetir que (ainda) somos campeões da Europa em futebol, vencemos o festival das cantigas na Eurovisão e este ano demos cartas na organização do evento, a Expo 98 foi um sucesso, etc e tal…
E "inventámos" uma geringonça… que “voa”!
A “coisa” tem sido objeto de estudos, e há quem descubra nas leis vigentes, um pouco pela Europa fora, que esta dita “coisa” tem pernas para andar!
Terá?
É possível mudar de chefe de governo num “abrir e fechar de olhos”?
É!
...Quase "como quem troca de camisa", sai Rajoy, entra Sánchez.
Que viva españa!
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- Texto adpatado da coniqueta “Chiquelinas” na bola", publicada em feveeiro de 2018

sábado, 2 de junho de 2018

"Pessoa", a rosa



… Já que me agradas tanto, posso mimar-te com a minha sombra



"(... ) o belo é coisa espiritual de cada indivíduo, nunca um objeto material (...)" - Hegel