segunda-feira, 9 de dezembro de 2024
quinta-feira, 5 de dezembro de 2024
A visita do "menino Jesus"
Era o começo da noite quando abri a porta que dá para o jardim da casa.
Ao contrário do que é costume, algumas pessoas desciam a rua, conversavam entre si em “estrangeiro”, e um menino, muito menino, aproximou-se da minha caixa do correio – de tão pequeno, mal chegou à portinhola.
Disse “olá” em português bem timbrado, respondi com outro “olá” e perguntei se queria deixar algum “convite para uma festa”. O menino, enquanto levantava a aba da portinhola, pronunciou duas ou três palavras.
…
Eu: - é um convite para o Natal?
O menino: - mais ou menos.
Eu: - “vais ser “o “pai natal”?
O menino: - não.
Eu: -…então “és” o menino Jesus”?
O menino: - sim!
O “menino Jesus” apressou o passo e foi ao encontro dos adultos e outras crianças; voltei a casa, fui ao chaveiro, apanhei a chave e abri a caixa do correio.
...O bilhetinho do “menino Jesus” era um cumprimento gentil que me fez sorrir por “dentro e por fora”, virtuoso quanto baste para me encantar...
Dificilmente, neste Natal, receberei outra prenda mais “bonita” … à exceção do Lucas que, mais dia, menos dia “sai do quentinho” para alegrar a família. Depois… será o melhor amigo do Davi, o irmão!
terça-feira, 3 de dezembro de 2024
Há “coisas & coisas” que guardo
Guardo memórias que me chegaram às mãos em momentos de pura casualidade; inconscientemente arrumo-as sem grandes cuidados depois das carícias dos "olhares da alma".
Há “coisas & coisas” que guardo:
- junto e guardo selos do correio e moedas sem a preocupação de as usar como negócio, e guardo fotografias de pessoas e lugares, primeiras edições de jornais e revistas...
- guardo memórias físicas (pequenas pedras que recordam
viagens a sítios encantados, uma ou outra agenda, discos de vinil,
galhardetes…) e outras que “relatam” estórias vividas no meu tempo de rapaz
inseguro e acanhado. Entretanto, fiz-me homem inteiro, “cresci por dentro e por
fora" - aligeirei hábitos e costumes.
Não sou de juntar à toa - em algum tempo da minha existência, (quase) tudo o que juntei e guardei, tem um “sininho que tilinta” quando lhe toco, como uma pequena coleção de nove postais com aguarelas do Alberto de Souza (1880-1961) “…notável aguarelista, ilustrador e desenhador português” (1).
- O “sininho”, quando não se revê em algumas memórias, emudece, é o feitio dele, “sininho” - no "seu entender" são coisas sem merecimento de um “tliiiiiiiiiiimmmm”.