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quinta-feira, 5 de dezembro de 2024

A visita do "menino Jesus"

 


Era o começo da noite quando abri a porta que dá para o jardim da casa.

Ao contrário do que é costume, algumas pessoas desciam a rua, conversavam entre si em “estrangeiro”, e um menino, muito menino, aproximou-se da minha caixa do correio – de tão pequeno, mal chegou à portinhola.

Disse “olá” em português bem timbrado, respondi com outro “olá” e perguntei se queria deixar algum “convite para uma festa”. O menino, enquanto levantava a aba da portinhola, pronunciou duas ou três palavras.

Eu: - é um convite para o Natal?

O menino: - mais ou menos.

Eu: - “vais ser “o “pai natal”?

O menino: - não.

Eu: -…então “és” o menino Jesus”?

O menino: - sim!

O “menino Jesus” apressou o passo e foi ao encontro dos adultos e outras crianças; voltei a casa, fui ao chaveiro, apanhei a chave e abri a caixa do correio.

...O bilhetinho do “menino Jesus” era um cumprimento gentil que me fez sorrir por “dentro e por fora”, virtuoso quanto baste para me encantar...

Dificilmente, neste Natal, receberei outra prenda mais “bonita” … à exceção do Lucas que, mais dia, menos dia “sai do quentinho” para alegrar a família. Depois… será o melhor amigo do Davi, o irmão!

terça-feira, 3 de dezembro de 2024

Há “coisas & coisas” que guardo

 

Guardo memórias que me chegaram às mãos em momentos de pura casualidade; inconscientemente arrumo-as sem grandes cuidados depois das carícias dos "olhares da alma".

Há “coisas & coisas” que guardo:

- junto e guardo selos do correio e moedas sem a preocupação de as usar como negócio, e guardo fotografias de pessoas e lugares, primeiras edições de jornais e revistas...

- guardo memórias físicas (pequenas pedras que recordam viagens a sítios encantados, uma ou outra agenda, discos de vinil, galhardetes…) e outras que “relatam” estórias vividas no meu tempo de rapaz inseguro e acanhado. Entretanto, fiz-me homem inteiro, “cresci por dentro e por fora" -  aligeirei hábitos e costumes.

Não sou de juntar à toa - em algum tempo da minha existência, (quase) tudo o que juntei e guardei, tem um “sininho que tilinta” quando lhe toco, como uma pequena coleção de nove postais com aguarelas do Alberto de Souza (1880-1961) “…notável aguarelista, ilustrador e desenhador português” (1).

- O “sininho”, quando não se revê em algumas memórias, emudece, é o feitio dele, “sininho” - no "seu entender" são coisas sem merecimento de um “tliiiiiiiiiiimmmm”.

(1) https://www.arqnet.pt/portal/biografias/sousa_alberto.html