sexta-feira, 15 de maio de 2020

Isto é uma "gaita", pessoal...

Acordo fora de horas com uma “coisa má aos saltos dentro da cabeça”.
E se essa “coisa” se atravessa no meu caminho, e eu sem forças nem tempo para lhe dar um piparote? Se eu tivesse vinte anos, a essa “coisa má” chamava-lhe “um figo” (como ao tempo da minha guerra em Moçambique, ou ao tempo da descolonização, ao regresso a uma terra quase desconhecida... foram tantas “coisas más” - mas, nesse tempo, tinha tempo, agora deixei de o ter. Com vinte ou trinta anos em cima das costas, (quase) todas as “coisas más” se ultrapassam com a certeza de que ainda temos tempo para sorrir e andar por aí sem medo dos lobisomens ou dos bruxedos nas encruzilhadas, dos maus olhados - tudo “ coisas más”. Agora falta-me o tempo, a mim e a todos os setentinhas.
“Vai ficar tudo bem” - leio e ouço e apetece dizer um palavrão. Vai ficar tudo bem, sim, mas para quem tem tempo - para a “malta’ da minha geração, não, já não temos tempo para essas mentirinhas de trazer por casa.
“Isto” é uma gaita, pessoal... 
Ups... seis da manhã e eu a escrever “coisas”. Sobre coisas más, claro ...

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