sábado, 18 de janeiro de 2020

“Correr mais e jogar mais…”


O jogo do Benfica com o Rio Ave confirmou o que há “muito suspeitava”: já “ninguém” respeita os “grandes”, quando são mesmo “grandes”, a começar pelo tamanho dos estádios….
Na passada terça feira, ao quentinho da  lareira, a RTP permitiu que eu, um cão e dois gatos “assistíssemos” à vitoria do  “glorioso”, mas…
Como  se sabe, o SLB sofreu para levar de vencida o ”miúdo” Rio Ave, “atrevido e arrogante” a ponto de marcar um golaço  a abrir  a contenda que, a meu ver, lá está, tinha tudo para “esclarecer” o  meu filhote Hugo,  que certa vez, num jogo no estádio do Estrela da Amadora, questionou o mano Carlo:
- “Isto” muda aos quantos? Era o Hugo no recreio da escola, só podia…
Empertigado, o Rio Ave, deixou-me ligeiramente inquieto com a sua “falta de respeito” – uma “desfaçatez inadmissível”!
Apesar da vitória, dormi mal, acordei com a sensação de que alguma coisa  não estava bem “cá dentro”: a tensão arterial com  valores acima da média tarde fora,  e à noitinha upa, upa – a coisa  agravou-se!
“Medricas”, peço ajuda à “Saúde 24” que me encaminha “… !” para as urgências do Centro de Saúde mais próximo. Foi o que fiz… em boa hora: um comprimido que deixei derreter debaixo da língua, a conselho do médico de serviço, deixou-me “como novo”!
Ainda “medricas”, a noite passada tomei  a “corajosa decisão” de não acompanhar ao vivo, pela TV ou pelo relato, as incidências do jogo  o Sporting / Benfica - fiquei-me pela “Nazaré”, a novela que é isso mesmo, uma novela, agora meio trapalhona; como  estórias de novelas  não são a minha “praia”, se calhar  são todas assim, trapalhonas…
- O Benfica foi ganhar a Alvalade; o Porto perdeu em casa com o Braga. Uauuuu!
Pelas explicações do treinador do Benfica, Bruno Lage, eles “…têm de correr mais e jogar mais para nos vencer…"!
Era isto que eu queria ouvir do “mister” para ter o sono tranquilo. Amém!
P.S. - Esta manhã, a minha tensão arterial continuava nos valores habituais!

terça-feira, 7 de janeiro de 2020

Três gatos e um cão


O adeus a 2019 teve muito pouco do relato abaixo publicado no tempo próprio. Desta vez, três gatos e um cão foram a companhia "escolhida" para o réveillon...


Quando o sino da torre da igreja do meu sitio anunciou a meia-noite e meia dúzia de foguetes poluíram o silêncio, é que dei conta do falecimento do ano velho. 
Trau... trau, trau... pum! É esta a fala dos foguetes, dos baratinhos, sem “lágrimas coloridas”!
Bolo rei, passas e “champanhe”, abraços e beijinhos, sorrisos e votos de bom ano. Na casa do meu amigo Armando a mesa estava posta - perto da lareira é que se estava bem...
- Vai à nossa e das nossas famílias, chim... chim – tocam-se os copos com a “Raposeira” a borbulhar. 
De regresso a casa “aconcheguei-me nos braços da Imani Nsambe ”, (…) uma jovem negra que estudou numa missão católica (…), na esperança de “dois dedos de conversa” - impossível, o telefone não permitia tais mimos, há sempre retardatários, amigos e familiares: bom ano, bom ano, com saúde, digo eu, que é o que mais desejo - a ver se me faço anunciar em dezembro, daqui a um ano…
Já tarde, em sossego, aproximei-me novamente da Imani Nsambe e aí fiquei, as "minhas mãos nas mãos de Imani Nsambe".
Estou a meio da leitura do romance histórico escrito pelo meu amigo Mia Couto, “O Bebedor de Horizontes”. Foi ele, o autor, que me apresentou Imani Nsambe, a narradora dos (…) trágicos acontecimentos do final do reinado de Gaza (…).
Mia Couto “enfeitiça” o leitor com as palavras que escolhe para contar estórias e realça a história do seu (e meu!) povo com a autenticidade dos pormenores recolhidos em múltiplas fontes. A trilogia “As Areias do Imperador”, que termina com “O Bebedor de Horizontes”, é o melhor testemunho do que me vai no pensamento sobre as lendas que escutei aqui e ali, em terras de Inhambane, mais tarde em Gaza, sobre Gungunhana, o rei.
Possivelmente Imani Nsambe é figura de conveniência no romance - que importa? Hoje foi o mote para esta croniqueta de “trazer por casa” depois de um festim com espumante, “sonhos”, “fatias douradas”, “arroz doce” e, a abrir, camarões de Moçambique, possivelmente pescados nas águas de Morrumbene, a norte de Inhambane.
Bayete, Imani Nsambe!
- Vale a pena ler "AS MULHERES DO GUNGUNHANA"
*
(Publicado  em 2018 com o título "Imani Nsambe e eu")