"...Podia rebobinar “outros filmes” desse tempo em que os sonhos tinham asas de condor e voavam"
A tarde deste sábado foi talhada à medida das minhas preferências outonais: chuva moderada e frio suportável lá fora, dentro de casa a lareira acesa – além do calor, o crepitar da lenha a arder é uma excelente companhia. É bom de ver que, num dia assim, uso o “fato dos octogenários”, de trazer por casa – prevenir é o melhor remédio, não estou nem um pouco interessado numa gripe, das que aconselham uma ida às urgências da Unidade de Cuidados de Saúde Primários de Arganil, no mínimo.
Aconchegado o corpo, aproveito e alimento o espírito com
música. Para começar Nat King Cole, figura indelével da minha adolescência,
como Nana Mouskouri, por exemplo –
roda a seguir, o LP está à espera de vez. Entretanto, passo a vista pelas notícias do dia, desligo o portátil e ligo a
TV – são tantas as ofertas disponíveis mas
nenhuma seduz o meu estado de espírito, talvez
um filme, quem sabe… talvez , talvez …
Fico na TV e revejo a "fita", baseada na autobiografia do condenado francês Henri Charrière . A história é dramática, pesada - não é um tipo de cinema do meu agrado, mas… “Pappilon” tem muito a ver com as memórias da minha adolescência. Podia rebobinar “outros filmes” desse tempo em que os sonhos tinham asas de condor e voavam…

